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terça-feira, 29 de outubro de 2013

"Um corpo que cai" e o Ernie's Restaurant



        Um corpo que cai (Vertigo, 1958) é considerado a obra-prima de Alfred Hitchcock. Esse suspense psicológico foi baseado no livro “D’entre les Morts” escrito por Pierre Boileau e Thomas Narcejac especialmente para Hitchcock, após os autores tomarem conhecimento que o diretor tentara adquirir, sem sucesso, os direitos de adaptação de outro livro deles, “Diabolique” que havia sido filmado em 1955 por Henri-Georges Clouzot.



        Já a abertura dá uma ideia do que vem pela frente, com a utilização da espiral, que é a representação gráfica da vertigem que dá título ao filme e que será repetido inúmeras vezes no decorrer dessa narrativa da loucura. 





        O filme se passa em San Francisco, na Califórnia e conta a história do detetive John “Scottie” Ferguson (James Stewart), que é obrigado a se aposentar após sua acrofobia resultar na morte de um policial. 




        Scottie desabafa com sua ex-noiva, Midge Wood (Barbara Bel Geddes) mas ela sugere que somente um outro choque emocional grave poderá curá-lo.




        Gavin Elser (Tom Helmore) pede a Scottie um último trabalho, que ele siga sua esposa Madeleine (Kim Novak). Elser desconfia que ela está louca e pede ao detetive que descubra o que sua esposa faz nas tardes que passa fora de casa. Scottie concorda.  





        Ao invés de descreve-la, Elser diz a Scottie que eles estarão jantando nessa noite no Ernie’s (famoso restaurante de San Francisco fundado em no início do século 20 e teve seu auge na década 50 quando ficou conhecido como um dos mais luxuosos restaurantes franceses. Fechou as portas em 1995), assim, discretamente, ele poderá vê-la.








        Scottie segue Madeleine. Primeiro ela vai a uma floricultura e compra um buquê de flores, depois ao cemitério visitar o túmulo de Carlotta Valdes. Em seguida ela entra num museu e se senta em frente ao  retrato de Carlotta que, por sinal, se assemelha a ela, inclusive no penteado onde, mais uma vez, se tem o espiral. 




        Por fim ela entra no Mckittrick Hotel, mas quando Scottie investiga sobre ela no hotel, ela não está.





         Ao prestar contas para Elser, este afirma que Carlotta era bisavó de Madeleine, apesar dela não saber disso, e que havia cometido suicídio.
         No dia seguinte, o detetive a segue até a Baia de San Francisco onde ela pula. Scottie a resgata e a leva para casa.



        Eles acabam se apaixonando. Após uma conversa, Scottie identifica o cenário dos pesadelos da moca como sendo Mission San Juan Bautista, e a leva até lá.







        Eles expressam o amor um para o outro e, de repente, ela corre para a igreja e sobe até a torre do sino. Scottie vai atrás mas fica paralisado diante de sua vertigem. Parado, vê o corpo de Madeleine saltar para a morte. 




        Scottie, desnorteado, passa a visitar os lugares em que Madeleine esteve, imaginando encontra-la. Um desses lugares é o Ernie’s.






        Certo dia ele encontra uma mulher muito parecida com ela, Judy Barton (Kim Novak).




        Scottie, obcecado, vai atrás da moça e a leva para jantar no mesmo lugar em que conheceu Madeleine. 





        Scottie, tentando reaver seu amor,  transforma Judy em Madeleine. 



        Juntos, ele acha, que podem ser felizes até o dia em que ela usa o colar retratado no quadro de Carlotta. 







        Scottie a leva a Missão a fim de entender se elas são a mesma pessoa. Ele vence sua acrofobia e ela confessa que foi paga por Elser para representar a falsa Madeleine e fazer com que a morte da real esposa parecesse um suicídio, tendo ele como testemunha.
        Judy implora que ele a perdoe, pois o ama. Ele a abraça, mas Judy,  assustada com uma freira que sobe,  dá um passo para trás e cai para a morte.
        Além de ser um excelente suspense sobre as complexas relações humanas, Um corpo que cai é, tecnicamente, um exemplo da maestria de Hitchcock. O efeito mais famoso é o doa vertigem, quando a câmera realiza um zoom ao mesmo tempo que se movimenta para trás. O efeito foi tão original que um de seus nomes é vertigo effect. Ou ainda Hitchcock effect ou dolly out.
        Na fotografia foi utilizado filtros de névoas em diversas cenas para dar uma idéia de sonho e apagar as cores da cidade.
        Na época de seu lançamento, Um corpo que cai não foi muito bem entendido, talvez por seu clima tétrico e por não contar com um final feliz, talvez isso justifique o fracasso de público e crítica. Mas mesmo assim, tece duas indicações ao Oscar: melhor som e melhor direção de arte. E no Festival de Cinema de San Sebastian na Espanha, Hitch foi premiado como melhor diretor e James Stewart, melhor ator no ano de 1958.
          Hoje Um Corpo que cai é o filme mais cultuado de Alfred Hitchcock e é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos.

Crepe Suzette*


Ingredientes

250g de farinha de trigo
3 ovos ligeiramente batidos
2 1/2 xícara de leite
1 pitada de sal
2 colheres (sopa) de manteiga derretida
2 laranjas 
4 mexiricas
1/2 xícara de acúcar
100g de manteiga
Grand-Marnier

Preparo
Em um tigela, misture a farinha, os ovos, o leite o sal e a manteiga derretida. Bata bem com a ajuda de um batedor de arame e reserve por uma hora. Em uma frigideira ante aderente faça as crepes: coloque um pouqinho de manteiga somente para untar e espalhe um pouco de massa (a quantidade de massa irá depender do tamanho da frigideira. As crepes tem que ficar finas). Frite de um lado e do outro. Reserve. 
Reserve os gomos de duas mexiricas e faça suco das outras duas juntamente com a laranja.
Em outra frigideira coloque o açúcar e quando começar a caramelizar coloque o suco da laranja e de mexirica. Deixe reduzir um pouco para formar uma calda. Junte a manteiga, misture bem. Acrescente os gomos de mexirica. Junte o grand-marnier, flambe e deize reduzir mais um pouco. Passe a crepe, uma por uma, nessa calda, dobre e sirva quente.

Um dos clássicos franceses presente no cardápio do restaurante Ernie's nos anos 50.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

"O homem errado", a comida como conforto e a fé.



        O homem errado (The wrong man, 1956) é baseado, de forma muito fiel, na história de um homem inocente acusado de um crime que não cometeu, descrito no livro The true story of Christopher Emmanuel Balestrero, escrita por Maxwell Anderson. 




        Hitchcock, nesse momento, já era uma figura conhecida devido ao seu programa na televisão americana. Ele inicia o filme, antes mesmos dos créditos, chamando o público para assistir a uma história verdadeira. 







         O filme conta a história de Manny Balestrero (Henry Fonda), um músico que toca em um dos clubes mais sofisticados de Nova York, o Stork Club. Ele é um homem pacato, religiosos que vivi de forma modesta com sua esposa Rose (Vera Miles) e seus dois filhos.







        Certo dia, vai a uma agência de seguros para tentar levantar um dinheiro para pagar o tratamento dentário de Rose e é confundido, por uma das atendentes,  com um criminoso que havia feito assalto um ano atrás.






        Incapaz de provar sua inocência, é preso. 




       Com a ajuda de amigos, é solto  para aguardar julgamento.
       Quando sai da prisão, Rose o esta esperando e diz: “...vamos para casa, eu fiz lasanha.” É a comida como reconforto. E no caso, não é qualquer comida, é algo próprio dos momentos especiais da vida doméstica de uma família de origem italiana como os Balestrero.




        Em casa, é recebido pela mãe, mas mesmo com a liberdade provisória, a falsa acusação terá um efeito negativo em toda a família. 


        Rose contrata o advogado Frank O’Connor (Anthony Quayle), que tenta provar a inocência de Manny pois no momento do assalto ele estava de férias com a família. Eles vão atrás de três pessoas que podem comprovar a estada deles no hotel. 




        Mas essa procura só faz aumentar a tensão e o suspense pois muitas das pistas são falsas, não dão em lugar nenhum, e a investigação vai se prolongando. Finalmente eles encontram o que estão procurando mas duas das testemunhas haviam morrido e a outra não foi localizada. 




         Diante desse fato, Rose cai em depressão e tem que ser hospitalizada. 


        Manny vai a julgamento, mas devido a uma pequena infração por parte de um dos jurados, é anulado.






        Esperando o segundo julgamento, após uma conversa com sua mãe, Manny reza. 

     Mais uma vez Hitch utiliza símbolos cristãos em seus filmes comprovando e dando importância às suas convicções religiosas e à sua formação católica.  Mas, diferente de A tortura do silêncio em que temos a igreja como cenário, padre como personagem principal, símbolos cristãos e segredo de confissão, em O Homem errado temos a crença absoluta, a fé.







        Ao olhar para uma imagem de Jesus Cristo ele tem uma espécie de  “resposta” e nesse momento sobrepõe sobre sua imagem a imagem do verdadeiro criminoso  comprovando a semelhança física entre eles. 





        Enquanto isso acontece, em uma delicatessen da cidade, o verdadeiro assaltante é reconhecido e o caso é esclarecido.



        Mas Manny ainda vai sofrer as consequências da falsa acusação através da saúde de Rose que fica debilitada e ela continuará hospitalizada mesmo depois do veredito final.
         Por ser baseada em fatos reais, Hitchcock abriu mão de qualquer tipo de humor nesse filme. Segundo ele, ninguém acharia graça de alguma coisa sabendo que aquilo realmente aconteceu a alguém. Muito pelo o contrário, ele utiliza recursos técnicos inovadores para reforçar o sofrimento da personagem como, por exemplo, o movimento estranho da câmera no momento em que Manny está na cela. Sem contar a fotografia em preto e branco bem marcada.

        Além de tudo isso, próprio de um filme de Hitchcock, temos a excelente interpretação de Henry Fonda que, sem esboçar um único sorriso durante o filme, tem o sofrimento presente em cada feição.  Impossível não se comover com sua via sacra.

Lasagne alla bolognese



Ingredientes

400g de carne moída
1/3 cenoura picada bem pequeno
1/3 talo de salsão picado
azeite de oliva
2 k de tomate maduros
1/2 cebola picada
2 dentes de alho picado
1 folha de louro
1 raminho de manjericão
1 pitada de açúcar (se necessário)
sal
pimenta
Presunto em fatias
Muçarela em fatias
400g de massa para lasanha
Parmesão ralado

Preparo

Em uma panela refogue a carne moída até ficar bem doradinha. Junte a cenoura, o salsão e a cebola. Refogue bem. Acrescente o alho e refogue mais um pouco. Enquanto isso, bata os tomates no liquidificador e passe por uma peneira. Coloque esse suco de tomate na panela da carne. Tempere com um pouco de sal, pimenta, o louro, o manjericão e deixe apurar até que elimine toda a água formada pelo tomate. Acerte os temperos e, se estiver muito ácido, acrescente uma pitada de açúcar. Reserve. 
Cozinhe a massa da lasagna ou, se preferir, utilize as que vão direto ao forno. 
Monte a lasanha: em um recipiente refratário, coloque um pouco de molho, fatias da massa, fatias de presunto, fatias de muçarela e mais molho. Repita as camadas até finalizar com a muçarela. Cubra com bastante queijo parmesão ralado e leve ao forno pré-aquecido (250ºC) até ficar com o molho borbulhante e o queijo derretido.