Com O homem que sabia demais (The man who knew too
much, 1934) a
carreira de Alfred Hitchcock começa a avançar e passa a ficar mais próxima do
que seria sua fase americana. Este
é o primeiro filme que ele faz para a
Gaumont British Pictures, estúdio que lhe daria muito mais liberdade.
O filme está repleto de temas hitchcockianos: chantagem, caos em lugar público, locação icônica, ineficácia das autoridades,
homem e mulher correndo, espionagem, assassinato e a tradicional discussão do crime entorno da mesa do jantar.
Conta a história de Bob e Jill Lawrense, um casal de
britânicos em férias, juntamente com a filha adolescente, Betty, em Saint
Moritz, na Suiíca. No hotel eles fazem amizade com o estrangeiro Louis Bernard.
Numa noite, dançando com Jill, Bernard é assassinado.
Antes de morrer ele para uma informação para sua companheira de dança para ser entregue ao cônsul britânico.
Os assassinos, para garantir o silêncios dos Lawrence
quanto a informação, seqüestram sua filha.
Impossibilitados de falar
com a policia, temendo o pior para Betty, eles resolvem seguir as pistas
sozinhos e salvar a filha. Ao fazer isso, conhecem o sequestrador e descobrem que o grupo pretende
assassinar um chefe de Estado de um pais não identificado, durante um concerto
no Royal Albert Hall de Londres.
Um pouco antes do atentado, os espiões estão
discutindo os detalhes do plano enquanto jantam tranquilamente. É a comida com
a função de trazer os assassinos para o campo do doméstico, daquilo que nos é
comum, conhecido e humano e por isso mesmo, mais assustador.
O
homem que sabia demais, alem de ser
um autêntico suspense, Hitchcock nos apresenta pela primeira vez o MacGuffin. Um MacGuffin é um objeto que não têm a menor importância para quem assiste ao filme,
mas pode ser imprescindível para a personagem da trama. É um item de extrema
importância para as personagens da história, mas de pouca preocupação para o
público. O que o MacGuffin é
raramente importa, tudo o que importa é os personagens estarem dispostos a tudo
para obtê-lo. Em todos os casos, o item de informação em questão poderia ser
facilmente substituído por outra coisa, sem conseqüências adversas para a
história.
Hitchcock foi o pai do MacGuffin, e deriva de uma
história que ele mesmo contava, na qual dois homens conversam. Um pergunta ao
outro: “O que é esse embrulho que você colocou no bagageiro?” O outro: “Ah,
isso! É um MacGuffin”. Então o
primeiro: “O que é um MacGuffin?”
O outro: “Pois bem! É um aparelho para pegar leões nas montanhas Adirondak.” O
primeiro: “Mas não tem leões nas Adirondak”. Então o outro conclui: “Nesse
caso, não é um MacGuffin”.
O
homem que sabia demais foi o maior
sucesso inglês de Alfred Hitchcock, tanto que, quando ele foi filmar em
Hollywood, ele fez um remake em
1956 com o mesmo titulo. Segundo o
autor, a primeira versão “foi feita por um amador de talento, ao passo que a
segunda foi feita por um profissional.” Mas sobre isso falaremos mais adiante.
Faggots* **
Ingredientes
50g de manteiga
2 cebolas grande picada
1 1/2 colher de sopa de
folhas de tomilho picado
8 folhas de sálvia picada
450g de carne de porco moída
150g de bacon picado
sal e pimenta
100g de farinha de rosca
100ml de leite
fatias finas de bacon para
enrolar
1 colher (sopa) de farinha
de trigo
350ml de caldo de carne
150ml cerveja escura
Preparo
Em uma panela derreta 30g de
manteiga e refogue metade da cebola, o tomilho e a sálvia. Adicione esse
refogado à mistura de carne e bacon picados. Junte o leite, a farinha de rosca,
tempere com sal e pimenta. Faça bolas como almôndegas, e enrole cada uma delas
em uma fatia de bacon e prenda com um palito.
Coloque o restante da
manteiga na frigideira e frite os faggots, virando para dourar de todos os lados. Coloque-os em um recipiente e
reserva. Na gordura que ficou na frigideira frite o restante da cebola,
acrescente a farinha de trigo, mexa bem, retire do fogo e acrescente metade do
caldo de carne, aos poucos, mexendo sempre para não empelotar. Junte o caldo
restante e a cerveja.
Volte os faggots para a
frigideira, tampe e cozinhe por, aproximadamente 1 hora. Nos 15 minutos finais,
retire a tampa.
Sirva com purê de batatas e
ervilhas frescas.
* Clássico da comida tradicional inglesa cuja a receita está sendo perdida e pode ser encontrada em poucos pubs que se preocupam em resgatar os sabores de uma época.
Esse prato não está presente no filme, mas representa um clássico do cinema inglês que também acabou sendo esquecido em função de sua versão mais moderna.
** Receita adaptada ao gosto e aos ingredientes brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário