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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"Psicose" e o ingênuo sanduíche de pasta de amendoim com geléia.



         Psicose (Psycho, 1960) é, sem dúvida, o filme mais famoso de Alfred Hitchcock. O roteiro foi baseado no livro de mesmo nome escrito por Robert Bloch em 1959 que, por sua vez, foi inspirado na história real de Ed Gein, homicida do estado americano de Wisconsin, cujos crimes ganharam notoriedade após descrobrirem que ele exumava os cadáveres de cemitérios locais para fazer troféus e lembranças com eles, sem contar que guardava em casa o cadáver da própria mãe.
         Hitchcock, após ler o livro de Bloch, comprou os direitos para filmá-la e arrematou todos os 3 mil exemplares disponíveis nas livrarias para que ninguém soubessse o final da história.




        Vamos à história. Marion Grane (Janet Leigh) e Sam Loomis (John Gavin) são amantes. Eles se encotram nos horários do almoço em um hotel em Phoenix, no Arizona. Atenção para os trages ousados, para a época, de Marion. A censura já começava a mudar. Era o fim do código Hays.
    Apesar de se amarem, não podem ficar juntos pois Sam não está totalmente desimpedido, está sem dinheiro e cheio de dívidas.




        Tem tocar no sanduiche que haviam pedido, Marion volta ao trabalho, ela é secretaria de uma imobiliária.
        No escritório, Marion fica encarregada de fazer um depósito na conta da empresa de US$ 40.000 decorrente de uma venda. Mas invés de levá-lo ao banco, Marion foge com o dinheiro.





        Na estrada, indo atrás de Sam, ela se cansa e resolve parar para dormir no próprio caro. Na manhã seguinte um policial a acorda. 




         Achando que já deram conta do desfalque e foram atrás dela,  resolve trocar de carro.






        Seguindo viagem, cansada e com chuva ela se perde e resolve para em um motel na estrada: o Bates Motel.




        O local encontra-se vazio e meio decadente, isso devido a um desvio na estrada principal que fez com que o hotel meio escondido.
       Marion é atendida pelo jovem, simpático e estranho proprietário, Norman Bates (Anthony Perkins) que a convida para jantar em sua casa. 
       



        Mas Marion, da janela se seu quarto, vê a casa dos Bates e ouve a conversa entre ele e sua mãe que desaprova a moça em sua casa.



        Bates volta explicando que sua mãe não estea disposta e, por isso, trouxe algo para eles comerem: sanduiche em pão de forma e leite. Alimento extremamente comum, singelo, quase infantil, ingênuo. Poderia ser um sanduiche de pasta de amendoim e geléia.  Aparentemente significando algo que seria exatamente o oposto em breve. Hitch já preparava uma surpresa. 




        Eles fazem a refeição em uma sala, espécie de escritório pessoal de Bates, onde ele tem exposto o resultado de seu hobby, aves empalhadas. Bates é um taxidermista amador. Ele pede desculpas por sua mãe e explica que ela tem problemas mentais.




        Ela se recolhe em seu quarto. Bates fica no mesmo cômodo em que estava e retira um dos quadros da parede revelando um burado por onde se pode ver a hóspede em seu aposento. Bates a vê trocando de roupa e se recolhe para sua casa também.
       Marion se prepara para o banho. Temos aqui a cena mais famosa da história do cinema. Uma das mais assustadoras. Muitas vezes já copiada, plagiada e homenageada. A cena icônica do chuveiro. Enquanto ela toma seu banho, é  atacada a facas por uma sombra de uma mulher.












      A cena levou sete dias para ser filmada, foram setenta posições de câmera para quarenta e cinco segundos de filme. Em nenhum momento a faca encosta no corpo. Não se vê nenhuma parte do corpo nu, que era tabu na época. O sangue só é visto no final da cena, escorrendo pelo ralo. O mérito da cena está na montagem onde Hitch era mestre. Tudo isso ao som agudo de violinos.

          Outra ousadia hitchcockiana, a mocinha morre antes da metade do filme.



        Bates vê o corpo da moça, coloca-o no porta malas do carro dela e o afunda em um pântano próximo.




          Em Phoenix, a irmã de Marion, Lila Grane (Vera Miles), e Sam estão preocupados com seu desaparecimentos. Juntamente com o detetive Arbogast (Martin Balsam) vão atrás da moça.
            O detetive chega ao Motel Bates. Bates é evasivo nas respostas. Arbogast desconfia. Ao entrar na casa e subir a escada para ir de encontro com a mulher, é surpreendido no topo da escada pela própria que o mata.






          Lila e Sam, sem resposta do detetive, vão atrás do xerife local. O xerife fica intrigado ao saber que Arbogast estava tentando falar com a Sra. Bates, já que ela havia morrido fazia anos.  Lila e Sam partem para o Motel Bates para saber o que realmente aconteceu. Desmascarado, Bates perde a peruca que usava quando se personificava como a própria mãe.
        Para Hitch, a construção do filme foi a experiência mais apaixonante do jogo com o público. Primeiro que não tem nenhum personagem que o espectador se identifica,  nem mesmo a mocinha, que é uma ladra.  Ela é assassinada antes da metado do filme. O vilão é, as vezes, simpático. Pela primeira vez no cinema, se ouve a palavra “travesti”.  Pois é, nem tudo é o que paresse ser, é o que Truffaut chamou de escala do anormal: primeiro a cena do adultério, depois o roubo, depois um crime, dois crimes e, finalmente, a psicopatia. É a direção de espectadores que Hitch tanto gostava. Para ele o que contava não era a história, as personagens que contavam, o mais importante é como a história é contada. O que emocionou o público foi o filme puro.
        Tecnicamente, Psicose difere um pouco dos outros filmes de Hitchcock, por parecer uma produção simples já que foi filmado em preto e branco (ele dizia que era para ficar menos chocante) com a utilização da equipe técnica de seus programas de TV e os atores não serem grandes estrelas. Tudo isso,  se soube depois, foi para reduzir os custos pois o estúdio em que Hitch trabalhava, era contra a filmagem da história  e colocou vários limites técnicos e financeiros.
          Mas Hitchcock sabia das coisas. Piscose custou apenas US$ 800 mil e faturou US$ 40 milhões. Foi indicado ao Oscar de melhor diretor, melhor atriz coadjuvante, melhor fotografia e melhor direção de arte. Venceu o Globo de Ouro na categoria melhor atriz coadjuvante e ganhou o premio de melhor filme no Prêmio Edgar (Edgar Allan Poe Awards, EUA).
          O filme foi ainda escolhido como o 11º melhor filme de todos os tempos e o melhor do gênero horror pea revista Entertainment Weekly. E também foi eleito o 18º melhor filmes de todos os tempos pela AFI (American Film Institute).

Sanduíche de pasta de amendoim e geléia - Peanut butter and Jelly sandwish



Ingredientes
Pão de forma
Pasta de amendoim
Geléia de framboesa

Preparo
Passe pasta de amendoim em uma das faces de uma fatia de pão de forma. Passe geléia em uma das faces de outra fatia de pão de forma. Una as duas fatias. 
















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