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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"Frenesi" e soupe de poisson



          Frenesi (Frenzy, 1972) marca o final da obra de Alfred Hithcock. Primeiro porque esse é seu penúltimo filme. Segundo porque é como se fosse um inventário de toda sua obra. Mesmo não sendo seu último trabalho, Hitch volta a a filmar em Londres, para fazer um filme onde estão reunidos um pouco de todos de seus temas: loiras, segredos, assassinatos, homem acusado de crime que não cometeu, locações famosas, triangulo amoroso, MacGuffin, humor negro e, claro, discussão sobre assassinatos no jantar.
          Além de filmar em sua terra natal, Frenesi tem um toque biográfico já que seu pai tinha uma barraca que vendia produtos de frutas e verduras em Convent Garden, onde se passa a trama.
           A história foi baseada no romance “Goodbye Piccadilly, Farewell Leicester Square”, do escritor e roteirista inglês Arthur La Bern. 





          O filme inicia com um plano geral aéreo de Londres. Vemos a cidade e o rio Tâmisa, que a corta. A câmera fecha em um grupo de pessoas ouvindo um discurso político de promessa de limpeza do rio. Nesse momento, no rio, um corpo nu de mulher boiando, com uma gravata masculina envolta do pescoço é avistado por um dos ouvintes: esse é um outro tipo de poluição incomum. E é a constatação de mais um homicídio do “assassino da gravata”.



           Corte para Richard Blaney (Jon Finch), terminando de se vestir e dando um laço em sua gravata. Blaney é ex-líder do esquadrão da RAF. 





           Ele acaba de perder seu emprego em um pub onde trabahava junto com sua namorada Bárbara (Anna Massey).




        Seu amigo Robert Rusk (Barry Foster), um bem sucedido comerciante de hortifrutis no mercado de Covent Garden, oferece-lhe apoio.



          Desempregado e sem dinheiro, Blaney procura sua ex-mulher, Brenda (Bárbara Leigh-Hunt), em sua uma agência de casamentos. Blaney é um homem nervoso, revoltado com sua situação e dado a beber, o que o torna um pouco violento. A secretária de Brenda é testemunha desse seu comportamento.





          Robert Rusk é cliente na agência de casamentos, mas Brenda não tem sucesso em encontrar uma esposa para ele. Rusk é um pervertido sexual e procura mulheres sadomasoquistas. Rusk vai visitá-la em seu escritório no momento que sua secretária sai para o almoço. Ele reclama uma esposa para Brenda. Ela responde que ele não é o tipo de cliente para o seu estabelecimento e que procure mulher em outro lugar. 





           Rusk reage dizendo que não quer outro lugar, que quer ela.







          Ele a estupra e a mata numa cena longa, realista e tensa.





          Blaney vai à agência de Brenda, mas encontra a porta trancada. Quando ele está indo embora, chega a secretária e o vê, encontra o corpo de Brenda e o incrimina.




          Enquanto a polícia tenta Blaney, Bárbara, sua namorada, é demitida do pub e, sem lugar para ficar, aceita ajuda de Rusk que lhe oferece seu apartamento.
          Rusk a mata também. Mas depois de dar sumiço ao corpo jogando-o em um caminhão de batatas, ele sente falta de um alfinete com a inicial de seu nome. Ele descrobre que, na luta, Bárbara tirou o alfinete de sua roupa e a mantém em sua mão. 




          Ele volta ao lugar onde deixou o cadáver e, em outra cena longa e tensa, tenta achar tira-lo da mão de sua vítima, mas o corpo já está rígido e ele tem que quebrar, dedo por dedo, até conseguir o alfinete de volta.




           Em sua casa, Oxford (Alec McCowen), o investigador de polícia, conversa com sua mulher (Vivien Merchant) na hora do jantar. Ela dora cozinhar e está fazendo um curso de culinária francesa por isso serve ao marido soupe de poisson, uma sopa de peixes. Ele examina o prato que tem uma aparência horrível, pois é feita de peixes conhecidos por suas aparências bizarras como linguado, peixesapo, galo do mar.  Devolve à sopa para a sopeira enquanto ela não está olhando. Uma referência clara ao corpo boiando no rio.




          Num segundo jantar, ela faz grissini, aqueles palitos compridos, tipo um biscoito, feitos a base de farinha. Enquanto discutem o crime, ela atenta ao que ele diz, vai quebrando o biscoito, pedaço por pedaço e o som que faz é o mesmo som dos dedos de Bárbara sendo quebrados.




             Todos os pratos servidos ao inpetor tem uma referência a um dos assassinatos, o que seria trágico, é como se o corpo servisse de alimento para o próprio corpo em vários sentidos. Mas, ao mesmo tempo, como ele odeia a comida e tenta, de todas as formas, seconder sua insatisfação, chega a ser engraçado. A comida, além de ter um primeiro significado, funciona como alívio comico numa trama tão pesada.
         Depois da morte da namorada, Blaney pede ajuda para Rusk, que o incrimina colocando a roupa de Bárbara em sua mala e o entrega para a polícia.


          Blaney é julgado e condenado inocentemente, mas, no tribunal, acusa Rusk e sua promessa de vingança faz com que o inspetor de polícia desconfie que ele diz a verdade. Blaney planeja sua fuga forjando um acidente dentro da prisão. Ele é transferido para um hospital, foge e vai atrás de Rusk. Chegando no apartamento de Rusk, Blaney vê a forma de um corpo na cama e começa a bater, mas não é o assassino, é mais uma mulher estuprada e estrangulada com uma gravata. O inspetor de polícia chega e, quando tudo indica que Blaney será incriminado mais uma vez, Rusk aparece sem gravata, carregando uma mala vazia.
           Depois dos fracassos anteriores, Hitchcock volta a fazer as pazes com o sucesso. Mesmo com a idade avançada, ele continua ousado. Prova disso é o realismo da cena do estupro e morte de Brenda e a cena do cadáver junto às batatas. Tecnicamente, Hitch continua a utilizar a camera de forma perfeita, como na cena do assassinato de Bárbara que não vemos nada, já que a câmera segue os dois até a porta do apartamento de Rusk e quando eles entram a câmera faz o caminho inverso até a rua. É como se não precisasemos entrar para saber o que irá acontecer. Como sempre, Hitchcock joga com o público, mistura horror e comédia e retoma seu papel de narrador de triller.

Soupe de poisson - Sopa de peixe 




Ingredientes:

1 kg de filé de linguado
1⁄2 kg de camarão
200g de mexilhões
1 colher (chá) de alho picado
1⁄2 copo de vinho branco
3 colheres (chá) de açafrão em pó 2 colheres (sopa) de azeite
1 cebola picada
1 folha de alho poró

1 folha de salsão 1⁄2 cenoura picada tomilho
alecrim

3 colheres de extrato de tomate 2 colheres (chá) de sal

Preparo:

Limpe o linguado, o camarão e o mexilhão e deixe marinando na mistura de vinho branco e açafrão. Refogue a cebola e o alho no azeite e junte o tomilho e o alecrim. Acrescente a cenoura, o salsão e o alho poró e refogue. Junte a massa de tomate mexa bem e acrescente o vinho da marinada. Cubra com água, acerte o sal e deixe ferver. Acrescente o peixe, os camarão e os mexilhões. Deixe cozinhar e sirva. 










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